quarta-feira, 26 de julho de 2017

Jornada Atari 2600 Edição 30: Epílogo

Foi um longo caminho desde a primeira edição da Jornada Atari 2600 que começou no início deste ano. Quando publiquei pela primeira vez nesta coluna eu sinceramente não sabia o que esperar destes textos por receio de os jogos de Atari 2600 serem pouco divertidos ou desinteressantes, fazendo com que eu parasse pelo caminho eventualmente. O que aconteceu foi precisamente o contrário, porque mesmo que sabidamente houvessem muitos jogos fracos dessa época, a cada edição eu me surpreendia com algum clássico que eu não havia jogado ainda, isso sem falar nos jogos desconhecidos ou pouco lembrados que se revelaram bons momentos. Fazer uma série de posts jogando todos os jogos do catálogo de um console é algo que demanda tempo e uma boa dose de esforço. Eu, pelo menos, senti uma enorme vontade de parar no meio. Não porque não haviam bons jogos, mas porque vira-e-mexe eu sentia vontade de jogar outras coisas. E como meu tempo livre é bem diminuto, optei por focar mais aprofundadamente no objetivo principal da Jornada Atari 2600 no primeiro semestre deste ano.
 
Boa parte dos jogos eu joguei por menos tempo, fato este favorecido pelo fato de que o design dos jogos era na maior parte baseado em partidas simples estilo arcade. Isso traz uma grande virtude característica do Atari: para se divertir é só pegar e jogar. Diversão irrestrita e sem burocracias, sem distrações. Jogar Atari 2600 é uma verdadeira celebração do que é jogar videogames em sua essência. Pensando por essa óptica, concluimos que muitos avanços nos videogames podem ter muito mais servido para nos distrair da diversão em si. Não estou criticando outras plataformas nem as jogatinas modernas, mas jogar tanta coisa do Atari me fez refletir sobre o que é de fato de divertir com um videogame.

O Atari 2600 não foi o primeiro console de videogame caseiro, mas com certeza foi o aparelho que definiu toda uma estrutura, que apesar de ter mudado em vários sentidos, na verdade continua a mesma em seu cerne. Se um dia tivemos acesso a nintendinhos,  mega drives, master systems e super nintendos... se hoje temos acesso a playstations, wiis e xboxes da vida, é por causa do Atari 2600 que popularizou ao máximo o conceito de um videogame que troca de fitas, novidade esta que os aparelhos de fita anteriormente trouxeram à música e aos filmes. O Atari 2600 é o VHS dos videogames. Foi o aparelho que desbravou o terreno desconhecido do videogame doméstico, levando a diversão do arcade para casa. Logo, foi o console que começou tudo.

Foi um privilégio poder desbravar o catálogo do Atari clássico por meio dos emuladores e escrever aqui foi uma experiência reveladora e prazerosa, sendo esta minha humilde homenagem aos 40 anos desde o primeiro lançamento do Atari 2600. Mas embora esta seja a última edição que escrevo da Jornada Atari 2600, vou revisitar esses jogos com calma, priorizando os destaques de cada edição. Jogando esses títulos como devem ser jogados, curtindo sem pressa e sempre voltando para uma maior pontuação. A todos que acompanharam esta coluna, o meu muito obrigado! E aqui terminamos os textos da Jornada Atari 2600, mas não a jogatina. Não é o fim da Jornada: ela está apenas começando.

3 comentários:

  1. Essas jornadas são corajosas mesmo. Eu não sei se conseguiria seguir um único sistema por tanto tempo. Que bom que gostou do Atari, todo consoles possui seus jogos medonhos e seus clássicos. ^_^

    Sensacional o que você disse sobre a distração do real objetivo de um game, que é a diversão e o entretenimento. É claro que os jogos ficaram mais complexos e vários possuem objetivos diversos, mas tem muito jogo mais moderno que o objetivo é mesmo a diversão, mas tem tanta coisa acontecendo "ao redor", que o ponto chave é deixado de lado.

    "O Atari é o VHS do videogame" kkkkkk gostei dessa é bem por aí mesmo.

    É sempre bom ver alguém se divertindo e compartilhando o que achou dos jogos antigos. No caso do Atari então, fica mais especial ainda, ele é um console mágico!
    É isso aí, Lucas!

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  2. Pois é cara, embora seja uma experiência reveladora, essas tentativas de conhecer um catálogo inteiro têm momentos em que você fica pensando "pra quê isso...", hehe. Jogar Atari faz a gente perceber como na verdade não precisamos de tantos floreios para nos divertirmos. Vejo a criançada de hoje que não consegue ficar um momento quieta e vive conectada e reclama de tudo... Criticam tudo, nada está bom... E na nossa época tenho a impressão de que as coisas eram tão simples. Brincar na rua, bater um game, jogar bola, improvisar um rpg com papel e caneta mas sem dados... Eu tenho a sensação de que a gente era mais feliz, sei lá. Talvez seja a idade. O ponto é que nem sempre mais sofisticação e informação significam coisas melhores.

    É um prazer escrever aqui Ulisses. Muito bom receber o retorno de quem leu! E realmente é um super console, bem melhor do que eu imaginava.

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  3. Caramba, isso sim é uma jornada. Parabéns.
    Da um trabalhão, mas vale a pena conhecer todo o catalogo do console.

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