terça-feira, 18 de abril de 2017

Análise 55: Ultima II [PC]

A belíssima capa de Ultima II

No início da década de 1980, dois jogos fundaram os alicerces para os RPGs eletrônicos: Ultima e Wizardry. Embora sejam jogos que exijam muita paciência e dedicação do jogador devido suas altas dificuldades e complexidade em vários níveis, são títulos capazes de divertir e envolver o jogador. Como o amigo leitor deve imaginar, eu não zerei nenhum dos dois. Não por não serem bons, mas são verdadeiros ossos duros de roer. Eles demandam uma paciência, um aprendizado por meio de tentativa e erro - o que demanda muito tempo. Um tempo que infelizmente no momento não tenho. Memso sem destrinchá-los, pude me divertir com eles. Ultima, por exemplo, apesar de não dar muitas dicas dentro do jogo, tem suas localidades bem posicionadas e um jogo equilibrado apesar de às vezes ser impiedoso. Wizardry tem por sua vez seu carisma que nos convida a Gilgamesh's Tavern, e a montar uma party para explorar o calabouço. Em suas análises, embora não tenha zerado, foi tempo o suficiente para sentir o teor desses jogos, e quem sabe um dia eu me dedico a esses jogos como eles merecem. Mas aqui e agora falarei sobre Ultima II, e é aqui em que eu traço o contraponto - a oposição deste jogo a seu precursor.
Coitados dos meus personagens em Ultima II...

Com o subtítulo de The Revenge of The Enchantress, Ultima II foi lançado para computadores em 1982, continuando a saga interplanetária de Lord British. Em Ultima II criamos nosso personagem assim como no primeiro Ultima. O jogo continua em visão aérea, intercalando com os calabouços em primeira pessoa. Os gráficos seguem basicamente a mesma fórmula do primeiro sem melhorias - na realidade, eu preferi o visual do primeiro. Eu tentei jogar algumas vezes, mas ainda não encontrei nenhuma localidade, pois logo ao começar meu personagem está sem armas - apenas com as mãos para se defender - e o mapa é lotado de inimigos. Ao tentar atacá-los, poucas vezes o golpe acertou, enquanto os golpes deles sempre me acertavam ou paralisavam meu personagem. Portanto a cada jogada eu basicamente assistia a meu personagem chegar a zero de HP e ter uma tela de game over. Não há facilitismo do jogo nem para começar a jogar, e pessoalmente eu não consegui fazer nada sem recorrer a um guia. E no momento em que somos obrigados a recorrer a um guia em um jogo com um terreno enorme para percorrer e sem varações de cenário e história, temos um jogo no qual trabalhamos - e não jogamos. 

Uma das muitas vezes em que fiquei encurralado, sem nem mesmo
conseguir antes uma armadura, ou armas melhores.


Sinceramente, eu não consegui me interessar por um jogo no qual eu "trabalho" (ressalte-se as aspas) sem receber recompensas de diversão e satisfação com a jogatina. Isto posto, diferentemente do primeiro jogo da série Ultima, a segunda parte é frustrante e nada atraente para jogar. Não trouxe nada de novo ao gênero RPG que seu antecessor - ou Wizardry - já não tenha feito antes e muito melhor do que Ultima II. Não à toa é o jogo menos querido desta enorme série de RPGs. Você não joga Ultima II, você trabalha nele. E sem nenhum retorno em forma de satisfação, ou diversão, ou uma boa história, não há mesmo nenhum bom motivo para jogá-lo. Isso, é claro, é apenas uma opinião pessoal de alguém que tentou jogar Ultima II, não conseguiu e acabou se frustrando. Se um dia eu conseguir conhecer melhor o jogo e mudar minha opinião, terei o maior prazer em compartilhar minha experiência por este blog de que tanto gosto. Talvez eu não esteja pronto para esse jogo. Mas pelo momento, não gostei de Ultima II.


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