sábado, 19 de novembro de 2016

Análise 27 - Frostbite [Atari 2600]




Neste mês de novembro os posts estão mais espaçados entre si, e estes quase 10 dias sem postar foram devidos à dificuldade que tive em escrever esta análise. Desta vez não foi por não poder, pois eu tenho organizado melhor meu tempo apesar da rotina de trabalhos ser bem puxada. Na verdade eu acabei mesmo procrastinando este post sobre Frostbite, e conforme fui jogando e escrevendo sobre este título, passei a entender o porquê da demora e da falta de inspiração para escrever sobre ele. É justo dizer que a análise de Frostbite ficou um tempo na geladeira, se me perdoam o trocadilho infame. Seguindo mais ou menos uma lógica com relação aos avanços dos jogos eletrônicos, planejei escrever primeiro sobre Q*bert, depois Frogger e enfim Frostbite - um jogo que basicamente mistura as premissas destes dois clássicos. Então o jogo é um estouro? Mais sobre isto adiante. Frostbite é um jogo de ação criado por Steve Cartwright e lançado pela Activision para Atari 2600 no ano de 1983. O jogo combina diretamente elementos de Frogger e Q*bert, porém em um ambiente ártico. Em Frostbite movimentamos um personagem esquimó por entre blocos de gelo flutuando na água, mudando suas cores assim como em Q*bert. A cada vez que o personagem pisa em blocos de gelo, a fileira toda muda de cor, e ao mesmo tempo começa a ser construído um iglu na beirada da água. 



O iglu pronto ao finalizar uma fase.
O objetivo final em cada fase é pisar em vários blocos e construir um iglu completo antes que a temperatura fique muito fria para o personagem - uma variável interessante para o conceito de tempo limite. Assim como em Frogger, é preciso evitar muitos perigos como caranguejos, ursos polares, ostras... A tela de jogo pode ser didaticamente dividida em três partes: o primeiro terço superior é onde fica a geleira e onde devemos construir o iglu do esquimó. A cada bloco de gelo que pisamos, o iglu vai tomando forma, como se extraíssemos gelo dos blocos para montar a casa. Os outros dois terços de baixo da tela mostram a água, com os blocos de gelo flutuantes, que seguem em fluxo horizontal em velocidades variáveis em cada fase. 


Outra coisa que varia a jogabilidade é que ao apertar o botão de ação, o jogador pode mudar o sentido dos blocos, porém às custas de perder uma parte do iglu já montado. Ao terminar de construir o iglu, o jogador deve voltar à praia e entrar no iglu antes que acabe o tempo limite (45 segundos); e em níveis mais avançados é preciso também fugir de um urso polar. O sistema de pontuação depende do tempo com o qual completamos a fase, além de depender de quantos peixes o jogador apanhar.




Em níveis mais avançados é preciso fugir de ursos polares.



O jogo é bastante desafiante, e é preciso aliar reflexo com planejamento, tendência esta que vinha se tornando popular nos jogos de arcade da época, além dos clássicos da Activision da época. Ocorre, porém, que apesar de simplesmente misturar Q*bert com Frogger, Frostbite fica devendo e muito. Apesar de a ideia do jogo ser muito inteligente, a execução não é tão agradável. Coisas que deveriam fazer o jogo engrenar e acelerar apenas fazem com que ele fique frustrante. Uma coisa que me incomodou muito, por exemplo, foi o fato de que ao tocar em alguma ave no meio do caminho, ela meio que gruda no personagem e não é mais possível movimentá-lo, restando apenas cair na água. Outro ponto a levar em conta é que mudar o sentido dos blocos de gelo mais ajuda do que atrapalha em muitos momentos, devido à movimentação dos inimigos.





Nem sempre grandes ideias produzem clássicos, infelizmente.
Frostbite na minha opinião tinha tudo para ser um grande clássico: excelentes gráficos no Atari 2600, e excelentes ideias de jogabilidade. A execução, porém, deixou muito a desejar, tornando este um jogo muito mais frustrante do que divertido. No final das contas eu fiquei com sentimentos divididos com relação a Frostbite. É um jogo competente do ponto de vista técnico, porém sua diversão é limitada pela absurda dificuldade que ele apresenta; e em minha opinião ele é difícil pelos motivos errados. Infelizmente não me cativei muito com o jogo, que ficou abaixo das expectativas de quem havia se acostumado com os petardos da Activision para Atari 2600, como Pitfall, River Raid e H.E.R.O. Na minha opinião, vale mais a pena jogá-lo como forma de conhecer a biblioteca do Atari 2600.










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