quinta-feira, 26 de março de 2015

A Evolução dos Jogos: Sidescrolling 2D

Super Mario Bros. para Nintendinho é frequentemente lembrado como o título que levou os jogos eletrônicos para um novo patamar utilizando uma série de inovações. Dentre as grandes contribuições da primeira aventura do encanador, sempre cita-se o sidescrooling lateral em 2D. De fato, SMB popularizou e muito este recurso visual, porém foi o primeiro a lançar mão da tecnologia?

Na década de 1980, a indústria dos jogos eletrônicos passou por grandes dificuldades com o crash norte-americano dos videogames em 1983. Além da questão financeira envolvida, os jogos eletrônicos ainda buscavam seu lugar e sua identidade, bem como seu público. Neste período, os recursos ainda eram bastante limitados em termos de animação e recursos visuais, de armazenamento e todo o resto.

A capacidade artística dos desenvolvedores foi levada aos limites em tais condições, fato este que também podemos observar em outras formas de expressão e arte, como teatro, cinema, música, artes plásticas, escrita, entre outros. Dentre os recursos explorados, o efeito sidescrolling na época ainda estava em ascenção. Mas o que é o sidescrolling?

De acordo com as definições formais da Wikipedia e da Techopedia, o sidescrolling é um recurso no qual a câmera do jogo move-se ativamente conforme o personagem se desloca, passando uma sensação de continuidade da movimentação no jogo. Diferente, por exemplo, de jogos como Pac-Man, Pitfall, Donkey Kong, Donkey Kong Jr. e outros, nos quais a ação era restrita a uma única tela estática, que mudava completamente ao passar de fase, como se fosse uma página virada em um livro, ou uma troca de slide em retroprojetores.

 Reparem como as telas mudavam de forma estática, conforme descrevi antes.

Apesar de a maioria lembrar sempre de SMB ao citar o sidescrolling, já existiam antes de 1985 jogos que apresentavam essa tecnologia:  Defender (1980), Rally-X (1980), Jump Bug (1981), Scramble (1981), Moon Patrol (1982), Pac-Land (1984), Kung Fu Master (1984), Karateka (1984), ExciteBike (1985), Gradius (1985) e Thexder (1985).





Defender (1980)

Jump Bug (1981 - não consegui achar um vídeo...)

Rally-X (1980)






 
Scramble (1981)



Moon Patrol (1982)


Pac-Land (1984)


Kung Fu Master (1984)



 
Karateka (1984)


ExciteBike (1985)

Gradius (1985 - no vídeo, a versão de NES, de 1986)

Thexder (1985)



Estes títulos carregam o valor histórico de apresentar ao mundo o efeito visual de side-scrolling, passando sensação de progressão pelo mundo de jogo e alcançando um novo patamar de autenticidade e cada vez mais os videogames mostravam objetivos e eventos mais complexos. Embora SMB não tenha sido o pioneiro a apresentar tal recurso, ele foi muito importante em sua popularização e o consolidou como a principal tendência gráfica a ser seguida por outros títulos por muitos anos. Mesmo hoje em dia essa influência ainda é vista, tendo mudado de maneira permanente os jogos de plataforma e os videogames como um todo.

Jogatina de SMB. Esse cara é meio mito, hein... :)

sexta-feira, 20 de março de 2015

PubNews (03.2015): Novos jogos para Mega Drive!

Nos últimos anos, os fãs de jogos eletrônicos têm descoberto novas e inovadoras maneiras de aproveitar os sistemas mais antigos. Isto tem sido atestado pelo surgimento de uma série de novos jogos para antigos sistemas, sendo notáveis as iterações de Pier Solar (Mega Drive), Nightmare Busters (Super NES), e volta e meia algum shoot'em-up vertical para o Dreamcast. Podemos lembrar ainda de novos velhos consoles, como o Supa Boy (um Super NES portátil), o Analogue Nt (um novo Nintendinho, vejam vocês), a linha Retron (consoles retrô multiplataforma), entre outros.

Esta deliciosa tendência não parece mostrar sinais de cansaço, pois além de termos hoje em dia uma interessante riqueza e diversidade de títulos indie que são verdadeiras odes de amor à Era Dourada dos videogames, temos ainda novíssimos lançamentos anunciados para o eterno Mega Drive.
Começo falando sobre o "Project Y", um beat'em-up aos moldes de Streets of Rage, Final Fight e Double Dragon, que promete incluir elementos de RPG (talvez no estilão River City Ransom?) em um cenário Cyber Punk. Produzido pela Watermelon, que também foi responsável pelo Pier Solar, esse novo lançamento promete, e muito.
 

Além do Project Y, ainda sob a batuta da Watermelon, foi anunciada uma Visual Novel de terror, também para o Mega. Trata-se do Sacred Line Genesis, um adventure nos moldes de Shadowgate. Além desses títulos inéditos, será lançado, também para o Mega, uma versão de "It Came From the Desert" do Amiga. Este jogo deveria ter sido lançado para o console ainda no início dos anos 90, mas só será lançado de fato mais de 20 anos após o planejamento inicial. Não conheço o título, mas parece ser um jogo bastante querido pelos jogadores de Amiga.

Mais uma vez a Watermelon está envolvida, e aqui a expressão "antes tarde do que nunca" realmente tem impacto, a exemplo do lançamento tardio do Nightmare Busters de Super NES.
Esta tendência em reviver velhos sistemas traz ar fresco para um nicho que já era absurdamente diversificado e fascinante.  E ao que parece, para nossa sorte, este movimento não mostra sinais de cansaço.

Enquanto esses lançamentos não chegam, vamos tirando a poeira do Mega e vamos jogar os clássicos! O Cassio do Select Start preparou uma lista de clássicos do Mega que podem ser encontrados a preços acessíveis, unindo qualidade a um excelente custo. Vale a pena conferir! A matéria está aqui.